Tela

Se compararmos Tela com Puerto Córtes, temos uma significativa melhoria. Mais que não seja, pelo facto de a cidade terminar na praia. 

 
 

Inevitavelmente, tem na frente mar, bastantes hotéis e restaurantes, que à muito foram novos e agora apenas são a sombra de outros tempos… As pinturas “comidas” pelo sal, ou as casas de palhas já sem cor, devido à força do sol. Turistas, bem, dos branquelas, apenas alguns casais mais velhotes, que parecem que se mudaram para cá a algum tempo atrás. Na rua mais “in” onde tinha umas cadeiras para nos sentarmos e petiscarmos, os turistas são locais, ou então apenas residentes a tomar um copo.

 
 

Apesar de fotograficamente, não me poder queixar, neste caso as fotos mostram a cidade melhor do vimos pessoalmente. É verdade que tem palmeiras e cocos, mas a areia é suja, ou escura e muito longe do lado do Caribe que conhecemos em Corn Island (link). De facto, Corn Island é o paraíso, com água cristalina e areia branca. Cá está o padrão demasiado elevado, no entanto, qualquer português diria que Albufeira à pinha, terá mais charme que esta localidade. A praia não nos convida a tomar banho e não tem o verdadeiro cheiro a mar!!!

O resto da cidade está carregadíssimo com placares coloridos, mas mais uma vez o sol é muito intenso para permitir que os que até poderiam ser giros se mantenham, dando um ar carregado…

 
Este carrito tem piada!

A praça central não tem igreja, a segunda, depois de Puerto Córtes e as primeiras pelas Honduras.

 
 
 
 
 
 
 

Caminhámos um pouco mais para norte para conhecer Tornabé, uma vila Garífuna. Os garífunas, são um misto de índios Caraíbas e aruaques com escravos africanos. Actualmente habitam pela América Central e podemos encontrá-los em algumas vilas na costa Atlântica das Honduras. São considerados património da Humanidade (conhecer +), tendo sido deportados de San Vicente e outras ilhas após uma disputa entre Inglaterra e França.
Existem de Tela diversas excursões para visitar as vilas Garífunas, mas decidimos apanhar o autocarro e percorrer as ruas de uma vila, por nossa conta. De facto não tivemos direito a uma dança à recepção, mas tivemos oportunidade de caminhar pela vila tranquilamente e compreender que não passam os dias a dançar, mas sim a pescar, o que tem muito mais lógica!!

 
 
 
 
 
Caminhámos em diversos locais até encontrar a paragem do autocarro que nos fez chegar a Tornabé. Mandavam-nos esperar, depois não era ali, enfim, demorámos uns 40 min até descobrir a paragem do autocarro. Quando finalmente, falámos com uma sra que conhecia o autocarro. Perguntámos se seria seguro e se existia algum problema de chegarmos sós. Disse-nos que o povo Garífuna, os morenos, como lhes chamou, são do mais pacífico e nunca são delinquentes, como os restantes locais. Quando entrámos no autocarro, fui uma pequena surpresa, para nós e para eles, porque estavam apenas miúdos da escola e aquilo que a sra chamou morenos eu chamo pretinhos. Portanto entrei eu e o Thi , num autocarro carregado de crianças, que nos olharam do tipo: que raio são estes branquelas?!??

Quando chegámos à última paragem, tivemos de atravessar num pequeno barquinho para chegar à vila. 

 
 

Caminhámos e percorremos todas as ruas e voltei a sentir a simpatia que experimentei em Corn Island, com o reggae em pano de fundo e a meteremm conversa connosco da seguinte forma: “What´s up man?” , ao início pensamos que nos querem vender axixe (o estereótipo na mente), mas percebemos que são apenas simpáticos .
Uma das maiores diferenças entre a Nicarágua e as Honduras é a forma de como as pessoas nos olham. Na Nicarágua, todos nos sorriem. Nas Honduras olham-nos como se nos fossem assaltar. Nesta pacata vila, todos nos cumprimentaram e senti-me segura…

 
 
 
 
 
 
 

Na praia encontrámos umas crianças a brincarem, trocámos umas palavras, mas estavam muito acanhados para falarem, mas deixaram-me fotografá-los e apaixonei-me pelas suas caras e pelo seu sorriso :D impossível resistir à simplicidade das crianças, estou a menos de um mês dos trinta, serão antes as hormonas?!?!?

 
 
 
 
 
 
 

A praia é bonita, mas ainda não tem o toque do que pensamos, quando mencionamos: Caribe. A água está escura, possivelmente pelas chuvas e pelos diversos rios que desaguam, também a areia deixa muito a desejar. Os ramos de palmeiras seriam normal, agora a quantidade de roupa e outros detritos é elevadíssima, o resultado de quem ainda considera a rua como um caixote do lixo!!!

 
 
 
 
 
 

Depois regressámos calmamente à cidade, onde aproveitamos para lavar a roupa e coser as calças, não tenho mais nenhum rasgão!!! :D



Post by Helena


+ Fotos

Tornabé (Vila Garífuna)
 
 

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