Saímos de Comayagua por volta das 6h30 min. Esperam-nos dois percursos de autocarro. O primeiro até La Esperanza (indicado com um dos lugares mais frescos das Honduras) e depois outro transporte que nos deixará em Gracias. Gracias está no top 5 do lonely planet, o meu entusiasmo aumenta, assim como a expectativa.... No entanto, primeiro, quero percorrer as ruas de La Esperanza…. mesmo com pouco tempo, uma visita ao parque central dá-nos uma ideia de como a cidade respira, vemos as caras, o ritmo…. Em La Esperanza começámos a ver olhos mais rasgados, estamo-nos a aproximar das Ruinás de Copán, a parte mais ao sul da descendência Maia e os traços começam a ser notórios… No entanto, muito antes dos Maias, um outro povo indígena, mts séculos antes, já palmilhava estas Terras, os Lencas (habitaram apenas Honduras e El Salvador). Lempira era um Lenca! (link)
São também parte desta descendência que começamos a admirar em La Esperanza…
Arquitetonicamente o marco mais bonito, é a capela embutida na rocha…
Com poucos mais minutos, seguimos para o próximo autocarro.
De La Esperanza até Gracias, são quase mais de 2h, no entanto, apenas 70 km. Apesar de uma das partes ser terra batida, não é a qualidade do percurso que nos faz demorar, mas sim as morosas paragens do autocarro…. ora cumprimentar os amigos, ou beber qualquer coisa (motorista), ou esperar por mais passageiros.
Sempre que paramos inevitavelmente somos assediados por todo o tipo de comércio… é uma constante, já na Nicarágua o era, e diguemos bastante prática, pois podemos entrar num autocarro sem comida ou água para uma viagem longa, que as encontraremos pelo caminho, mas hoje vou debruçar-me a explicar o que mais me incomoda nesta prática…. Este comércio na sua maioria é feito por sra gordinhas, aliás bem grandes.. como o Thiago se senta na janela que é onde consegue dormir melhor, sobra-me a coxia.. obviamente que as pessoas têm andar no autocarro, pela minha baixa estatura, faz com que, tento encontrar a melhor posição… 1º opção: mantenho-me sentada normalmente, ou me acertam com a comida, ou com os sacos ou com o rabo.. 2ª opção: encosto-me ao Thiago, muito melhor, mas aumenta o espaço, logo é aí que escolhem quando têm de cruzar mais de uma pessoa, logo um debruça-se para o meu lado, resultado: voltamos ao nº1…. 3ª opção: baixo a cabeça, cubro-a com os braços encostada ao banco da frente, além de respirar o ar directamente do plano mais baixo do autocarro, sou sufocada pelo resultado nº1, deixa feita na minha nuca…na última vez mantive-me na mesma e cruzei os braços em frente da cara, pareço um pouco maluca e nada social, aliás turista doida o que também não quero parecer… este ponto ao qual não lhe associamos muita importância, tem sido algo que já me roubou alguns pensamentos, para garantir que não sou atropelada pelas vendedoras, uma preocupação dos meus dias de viagem..…
Agora neste autocarro, tive um outra situação também, aquela que todos devemos odiar, um míudo de 3 anos que enquanto o autocarro estava parado, brincava comigo e que depois resolveu chorar durante todo o percurso….isto tudo porque queria ir sentado, mas como a mãe não pagou a sua passagem não tem acesso a uma cadeira.. até ao meu colo o coloquei em desespero, mas apenas o fez chorar mais…a mãe nada fazia e só quando começou a perceber o meu desespero, colocou-lhe uma fralda na boca.. senti-me mal, mas mesmo assim conseguia ouvi-lo… acordei o Thiago e disse-lhe: “ou me deixas ir à janela a ver a vista, ou passas-me os fones porque o miúdo não se cala..” deu-me os fones, porque não consegue dormir à coxia… mas também não dormiu mais…. :D
Sempre que paramos inevitavelmente somos assediados por todo o tipo de comércio… é uma constante, já na Nicarágua o era, e diguemos bastante prática, pois podemos entrar num autocarro sem comida ou água para uma viagem longa, que as encontraremos pelo caminho, mas hoje vou debruçar-me a explicar o que mais me incomoda nesta prática…. Este comércio na sua maioria é feito por sra gordinhas, aliás bem grandes.. como o Thiago se senta na janela que é onde consegue dormir melhor, sobra-me a coxia.. obviamente que as pessoas têm andar no autocarro, pela minha baixa estatura, faz com que, tento encontrar a melhor posição… 1º opção: mantenho-me sentada normalmente, ou me acertam com a comida, ou com os sacos ou com o rabo.. 2ª opção: encosto-me ao Thiago, muito melhor, mas aumenta o espaço, logo é aí que escolhem quando têm de cruzar mais de uma pessoa, logo um debruça-se para o meu lado, resultado: voltamos ao nº1…. 3ª opção: baixo a cabeça, cubro-a com os braços encostada ao banco da frente, além de respirar o ar directamente do plano mais baixo do autocarro, sou sufocada pelo resultado nº1, deixa feita na minha nuca…na última vez mantive-me na mesma e cruzei os braços em frente da cara, pareço um pouco maluca e nada social, aliás turista doida o que também não quero parecer… este ponto ao qual não lhe associamos muita importância, tem sido algo que já me roubou alguns pensamentos, para garantir que não sou atropelada pelas vendedoras, uma preocupação dos meus dias de viagem..…
Agora neste autocarro, tive um outra situação também, aquela que todos devemos odiar, um míudo de 3 anos que enquanto o autocarro estava parado, brincava comigo e que depois resolveu chorar durante todo o percurso….isto tudo porque queria ir sentado, mas como a mãe não pagou a sua passagem não tem acesso a uma cadeira.. até ao meu colo o coloquei em desespero, mas apenas o fez chorar mais…a mãe nada fazia e só quando começou a perceber o meu desespero, colocou-lhe uma fralda na boca.. senti-me mal, mas mesmo assim conseguia ouvi-lo… acordei o Thiago e disse-lhe: “ou me deixas ir à janela a ver a vista, ou passas-me os fones porque o miúdo não se cala..” deu-me os fones, porque não consegue dormir à coxia… mas também não dormiu mais…. :D
Depois de mais uma aventura nas estradas das Honduras chegámos a Gracias. Quando nos perguntavam para onde íamos e dizíamos Gracias, de seguida vinha a pergunta: “Lempira?”.. “sim, essa mesmo”, significa no concelho de Lempira. Existe outra Gracias, chamado cabo Gracias a Dios, onde atracou a frota de Colombo em 1502, um cabo que separa Honduras da Nicarágua, no Atlântico. Deram-lhe esse nome devido ao mau tempo que fazia e Graças a Deus encontraram Terra. Esta localidade deve-lhe o nome também porque Graças a Deus a expedição espanhola encontrou terra plana, para colocar a cidade que lhes foi mandada construir. No entanto a cidade foi mudada de lugar bastantes vezes e agora situa-se num vale, mas com alguma inclinação. Esta sua localização final, tentou aproximá-la dos indígenas, os Lencas.
Na cidade existe um forte onde podemos admirar as diferentes montanhas que a rodeiam e também o parque Celaque, onde se encotnra o ponto mais alto das Honduras (Cerro de Las Minas 2849 m).
Gracias teve também muito importância, tendo sido a capital CentroAmericana, antes da mesma se ter mudado para Antígua, na Guatemala, por isso tem um estilo colonial que tentam preservar. Existe também um investimento nesta zona, tentando que mais turistas venham conhecer toda a área de Colosuca, a área que agrega as aldeias/vilas Lencas.
Além de Gracias, insisti para conhecermos pelo menos mais duas vilas de raízes Lencas, mas apenas chegámos a La Campa. Depois de dormir mais do que devíamos e a não existência de autocarros levou-os apenas a esta vila, que se encontram nas encostas do parque Celaque… Conta a lenda que esta vila se formou, pois um caçador encontrou a imagem de São Matias dentro de uma árvore, tentavam levá-la até onde moravam mas a imagem desaparecia e voltava a ser localizada no local original. Então construíram a igreja no local da imagem e o povo cresceu ao seu redor :D
Aqui pela primeira vez, foi-me renunciada uma foto, por uma das pequenas: mais bonita, olhos rasgados e pele morena que vi… Penso que não gostam muito de fotos, porque lhes rouba a alma (disse-me o Thi).
Fomos à boleia, regressámos à boleia… no entanto, ir até foi bastante fácil, conseguimos resistir as nuvens que ameaçavam, no entanto, no regresso, o mesmo já não foi possível…
Sentámo-nos num café/loja de cerâmica tradicional a beber uma bebida, enquanto o artista local dava largas à imaginação e criava canecas. Um dos costumes mais significativos é a cerâmica.
Sentámo-nos num café/loja de cerâmica tradicional a beber uma bebida, enquanto o artista local dava largas à imaginação e criava canecas. Um dos costumes mais significativos é a cerâmica.
Perguntámo-lo se sabia de alguém que passasse de volta à cidade e respondeu-nos afirmativamente. Demoraram 30 minutos para a nossa boleia, mas sempre que ouvi um barulho saltava do banco e ia acenar aos veículos. O mais engraçado era eu a levantar-me e o sr a dizer, isso é uma mota, outra mota, esse não vai para a cidade e quando se ouvia outro carro quase a chegar ele disse: “Esse vai para Gracias”.. o mais estranho é que estávamos numa curva e só víamos as viaturas, quando já estavam junto a nós, enquanto ele já nos informava antes de as ver…. Será que todos os carros/motas que passam por aqueles lados têm assim barulhos tão distintos, ou apenas passam os mesmos veículos às mesmas horas????
Chegámos ensopados e ao final do dia fomos até às “aguas termales”, uma aglomerado de piscinas naturais com água quente e um ligeiro cheiro a enxofre…
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