Roatan

Volvidos 7 meses do início desta viagem, cada vez o dinheiro faz mais parte das nossas decisões. Para os mais curiosos e com os quais não tenho qualquer problema em partilhar, para terem uma ideia após 7 meses fora, cheguei finalmente à quantia de 5.000€ gastos, o que ronda os 715€ por mês. Verdade seja dita que nunca vivemos com muitos luxos, mas também pouco nos privámos, sempre fazendo as contas, porque sim alguns chamam-me de forreta…

As Honduras, têm 3 ilhas, mas existe uma que descartámos, Guanaja. Com valores de quartos exorbitantes, não nos podemos dar a este luxo, mas ainda nos resta Róatan e Útila. Útila tem paragem obrigatória para o tão aguardado curso de mergulho, mas Róatan por momentos foi uma incógnita. Enviámos alguns couchrequest e estávamos na véspera de partir, sem qualquer resposta ou internet para verificar. Pensámos seguir de imediato para Útila, mas quando regressámos a La Ceiba, para apanhar o barco para a ilha, parámos para almoçar e consultámos o CS. O Avi tinha confirmado que nos poderia receber. Temos apenas 2 dias, face ao que pensámos de forma a regressarmos ainda a Tegucigalpa e estar em Cuba para os meus anos. Róatan é grande para uma ilha, com 50 km de comprimento, precisamos alguém para nos guiar, porque eu quando viajo quero sempre ver tudo e aqui, não vou poder!! Com a resposta afirmativa do CS, resolvemos 2 problemas, a escolha de hotel e o que vamos visitar, por certo o Avi nos dará bons conselhos. E a 2 horas de embarcarmos mudámos novamente de planos e vamos para Róatan. Isto também só é possível porque o porto de partida é o mesmo e ainda não tínhamos adquirido qualquer bilhete….

Neste porto, fazemos o registo com quase mais “seriedade” que para andar de avião dentro da Nicarágua. Recordo que apanhei o avião com uma simples fotocópia do passaporte e aqui tive de mostrar a verdadeira identificação. Detector de metais e até me questionaram sobre líquidos. O barco é estável, com ar condicionado e cadeiras de cadedal, novo, limpo, temos de imediato a sensação que vamos para um lugar turístico, mas não de simples backpackers. Iniciámos a viagem de dia e chegámos já era noite. O céu e as nuvens mostraram-me algo que nunca tinha presenciado, com uma nuvem bem baixa, com chuva e pluviosidade confinada num rectângulo entre o oceano (ou mar das Caraíbas) e a nuvem.

 
 
 
 
 
 

A um momento no tempo, quando já tinha guardado a máquina e já mais calma e descontraída aproveitava os bancos de plásticos, sim porque turista que é turista vai na rua e não quer o ar condicionado :D … a sra do lado, diz-me:”olha um tuvão de água”..”ahh”, só depois lembrei-me de tirar a máquina e fotografar…..

 

A ilha é de facto enorme e agora temos de encontrar um táxi e, o normal regateio. Por vezes sinto a falta do taxímetro. Entramos e já está. Aqui temos sempre de regatear e por 10 dólares, seguimos versus os iniciais 20 dólares. Nas localidades, o preço por norma é fixo e por pessoa, quando as distâncias são maiores ou saimos da cidade é que temos de antemão saber o valor, ou somos enganados. Recordo-me que quando fomos a Ometepe, ainda na Nicarágua, perguntei o preço a uma sra no autocarro. Disse-nos 1 dólar por pessoa e seguimos pagando mais, 4$ para 3pessoas, na altura que o Zack ainda estava connosco :D Quando chegou outro táxi, um viajante perguntou-nos quanto tínhamos pago e dissemos 4$, o sr disse que tinha feito um pouco melhor, 10$ por todos. Também eram 3, mas o taxista pediu-lhe 4$ por cada e quando lhe dissemos 4 assumiu por cada, quando lhe explicámos…. bem engoliu a parte de: “um pouco melhor” :D…lol…

Bem e regressando às Honduras, seguimos até West End, para muitos a parte mais divertida da ilha de Róatan….
Quando temos uma experiência de CS, os momentos iniciais é quando nos apresentamos e quando “quebramos o gelo”, mas imaginem: nós estamos a viajar, o que menos nos apetece e o que menos energia temos é para grandes euforias quando chegamos à casa de alguém. Pode até parece indelicado, mas jantar e ficar um pouco a olhar para o ar é o que realmente nos satisfaz. Quando conhecemos o Avi, este perguntou-nos o que queríamos fazer. Aqui, com a simpatia falsa de quem não quer fazer desfeita, respondi o que quiseres, és o anfitrião e decides, estamos por tua conta. O Avi ganhou-me na resposta, e disse: “vamos subir o monte e ver a paisagem da ilha”, questionou-me senão tínhamos sido guias e senão nos apetecia uma caminhada… mas era apenas o seu sentido de humor, que descobrimos muito mais aguçado, a brincar com os dois que lhe tinham aparecido em casa. Fomos apenas beber uma cerveja e vimos uns filmes, mesmo o que nos apetecia. O Avi foi um dos anfitriões que nunca me esquecerei, além do seu sentido de humor, partilhou connosco a sua visão sobre as questões difíceis, nomeadamente religião, vida e destino. Para mim são sempre conversas interessantes, gosto bastante de conhecer as diversas opiniões, sendo a minha um tanto ou quanto aborrecida. Acredito na ciência e em pouco mais, mas como referi em plena conversa, quando estudava ensinaram-me que não existe vida na Lua porque não existia água. Agora já descobriram água, qual o argumento? O Avi abriu-me um pouco os horizontes e partilhou algumas ideias e ideais, que apesar de não me fazerem mudar de ideias, deixaram-me fascinada, como podemos pensar e agir de forma tão distinta. E depois de tão “leves” conversas terminámos num bar local, onde algum dos amigos do Avi me indicavam que muitas pessoas, moram anos na ilha e não vão a este bar, não confraternizam com locais. Verdade que apenas nós os 5 nos destacávamos por estrangeiros, mas isso é o que mais me agrada. Acabei a noite com o seguinte pensamento: Em trujillo estávamos num quarto bem modesto, hj tivemos com a classe alta durante a tarde e voltamos à Terra, neste bar (não significa que têm menos dinheiro de quem os visita, apenas aparentam modéstia)!!!

Uma das partes importantes que ainda não mencionei, foi todo o dia de 4ª feira. Acabou de facto na partilha de profundos pensamentos e num bar local, mas começou como uma incógnita. O Avi disse-nos que nos levaria até ao seu trabalho, que ficava na sua parte favorita da ilha. A minha ideia era caminhar de volta até casa e conhecer um pouco mais, mas desisti. Ele trabalha no melhor resort daquela praia e quando chegámos recebemos uma pulseirita para usufruir do privilégio de convidados desse dia. Se fossemos quaisquer desconhecidos teríamos de pagar 25$, mas não pagámos nada. A piscina, termina junto à areia. 

 
 
Esta é a sua secretária (Avi)

Na areia as cadeiras e a água. Bem, a água do mais translúcida. Back to Paradise!!! (Corn Island é também bem bonito, link

Agora, este é um daqueles resorts que pensamos quando nos imaginamos numas férias nas Caraíbas e era mesmo aí que estávamos. Ao final do dia para relaxar tivemos ainda a companhia do Avi e fomos fazer snorkeling onde ele apanhou este peixinho bem feinho, 


de resto passei o dia a dormir e a morrer de tédio, nada havia para fazer senão ficar na espreguiçadeira e nadar, além de olhar o mar :D (erro o mp3 não ter bateria e não ter levado o livro,  a praia em 20 min percorremos de um lado ao outro e não fizemos mais de uma viagem)… As fotos falam o resto!!!


É isto que me faz adorar ser backpacker, em Trujillo recordo a luta do Thiago com uma barata no quarto, no dia seguinte pulseira no braço num resort, na 5ª de manhã dormimos numa hamaca enquanto aguardámos o catamaram que nos levou a Útila! 

 

Altos e baixos, mas sem limites definidos e de mente aberta, pois continuo a ser sempre surpreendida…..


Post by Helena

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