Puerto Córtes

Pelo percurso que fizemos até aqui, temos sempre vindo a melhorar.. O que vemos, vivemos e sentimos. 

Neste novo percurso rumámos a Puerto Córtes. De aqui, visitámos a fortaleza de Omoa. Mais uma vez fui surpreendida. Não pelo que esperaria, mas pela vista que apreciamos nas nossas costas e pela montanha que nos rodea. 

 

Quando pensamos em fortalezas para proteger os mercados marítimos, não imaginamos bem o que vi.

 
 
 

Melhor, o que não vi, o mar. Ele está bem junto de nós. Conseguimos senti-lo, mas as árvores e vegetação cortam o caminho. A fortaleza em tempos fez-se também acompanhar por um outro forte, mas a sua construção, além de ter demorado bastante tempo, devido ao local que escolheram, foi também um dos motivos pelo qual neste momento este já não existe. Pois além de afastado do mar.. não consigo resistir a repeti-lo.. construíram-no num terreno pantanoso. O forte caiu, mas a fortaleza ainda se vai aguentando…

Remanescente do Forte

Do forte, apenas permanecem as suas ruínas…
Enquanto a fortaleza, tem bastante musgo em algumas salas e algumas estão inundadas…

 

No entanto, não foi em Omoa que ficámos, mas sim em Puerto Córtes. Uma das raparigas que conhecemos em Cópan, Hondurenha, disse-nos: “Desistam de Puerto Córtes e sigam para o próximo destino”, mesmo assim arriscámos e pelo dia que dispensámos valeu a pena, quanto à cidade em si, é feia, mt feia… mas contribuiu para baixar as expectativas e podermos voltar a admirar a beleza do mais simples, porque após o percurso que fizemos o padrão estava a ficar bem alto… 

 
 

Por norma lembramo-nos do melhor e do pior, por isso acho que não me esquecerei desta cidade, ou então ficarei para sempre com esta história:

…Era uma vez, uma menina que foi passear pela cidade, enquanto o Thiago que não se estava a sentir muito bem e ficou pelo quarto do hotel. Enquanto admirava as ruas e a sua agitação, sendo a cidade um porto de águas profundas, quis ir encontrar o mar.. segui em direcção ao porto, aos contentores e as enormes gruas nos céus. Caminhei numa rua, onde as caras na maioria com a etnia espanhola, contrastando com o que vemos por Bluefields (link), esperava um pouco o mesmo dado a regressar à costa Atlântica…mas não ouvi inglês, apenas espanhol.. no entanto o ar das pessoas não me inspirava muita tranquilidade.. caminhava calmamente até que cheguei a uma rua onde estava a vedação do porto. Ao meu lado direito duas sras gordinhas e de pele muito morena, conversavam entre si, passei e contemplei a rua.. 3 homens espalhados, com mau aspecto era apenas o que avistava.. não arrisquei e voltei para trás. Quando cruzei a primeira sra esta disse-me: “tens a perna muito branca”..é verdade! tenho um rasgão nas calças, mas como reduzi a roupa (deixei parte em Tegucigalpa), apenas possuo dois pares, uns estão sujos, apenas me restam estes.. e sim tenho um rasgão que mostra um pouco de pele. Tentei fazer-me desentendida e em seguida perguntou-me de onde era, respondi-lhe de Portugal. Começou a dizer que me compreendia muito bem, no meu espanhol, e que era mt bonita. Primeiro aceitei como um simples elogio, ainda penso, por vezes, que tenho 15 anos e as pessoas dizem que sou uma rapariguinha bonita :D, mas ela voltou a insistir, “como a rapariga de Portugal é bonita”, de seguida veio a segunda, indicando o mesmo e depois perguntaram-me se procurava alguém ou se queria alguém??!! Não acredito fui assediada por prostitutas!!! Caminhei o mais rápido que podia, coxeando para não levantar muito a perna e mostrar o rasgão!!!

Voltei para a rua principal e segui até ao parque… a única parte que tem algo bonito por estes lados, uma estátua aos pescadores….

 

Voltei para casa para contar e rir com o Thiago sobre o sucedido… depois choveu torrencialmente toda a tarde….

Na manhã seguinte regressamos ao maior terminal de autocarro que vi, São Pedro Sula, onde apanhamos um autocarro para o próximo destino: Tela. Corremos quase todo o autocarro para conseguir descobrir dois lugares juntos em que os bancos não tivessem partidos, escavacados ou a cair… depois de tantas viagens em chicken buses, quando apanhamos um autocarro decente encontrámos a maior dificuldade para nos sentarmos. O Thiago critica, porque de facto, os chicken buses, nada mais são, que os autocarros das crianças irem para as escola nos EUA, portanto, são pequenos e têm pouco espaço para as suas longas pernas, mas eu até nem me queixo.. e temos viajado em alguns bem luxuosos, com plasma ou duas tv, onde passam filmes e tudo. Imaginem um autocarro amarelo, bem velhinho por fora com tudo isso por dentro, isso e uma faixa a dizer: “Jesus me guia nesta estrada”, sim porque bem precisam, pois nesta terra uma facha dupla no chão significa ultrapassagem perigosa, nada mais… porque não a respeitam…. Acabámos já por nos habituar à velocidade dos motoristas, até derrapagens em curvas com chuva tivemos…. Por isso percebemos as faixas “Deus é o meu guia” e é bom sinal quando entramos num que as tenha, porque bem precisamos, de fé que nada acontecerá….


Post by Helena

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Fortaleza de Omoa


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